Você já parou para
pensar qual é a relação da Física com a Astronomia?
Desde a cosmologia antiga
até a época do renascimento, a maior preocupação da astronomia
era relacionada aos modelos que explicavam o movimento dos planetas e
do Sol, logo eram limitados à observação filosófica, não havia
instrumentação científica para aferir modelos.
Mas os modelos que
existiam foram modificados, devido ao fato de não serem consistentes
o suficiente - não representavam ou não respondiam aos fenomênos
observados ao longo dos séculos que se passavam.
Saiba mais...
Saiba mais...
Quando Nicolau Copérnico
quebrou o paradigma vigente, apresentando um modelo mais simples e
completo que o modelo Ptolomaico o mundo despertou para uma nova
maneira de fazer ciência. O pai desta nova maneira chamada Método
Científico, é Galileu Galilei.
Vamos ao que interessa!
Agora é a uma Lei Física que dá suporte a Astronomia.
*Gravitação, um exemplo de lei física, por Richard P. Feynman
*Gravitação, um exemplo de lei física, por Richard P. Feynman
*Texto adaptado/resumido do livro: Sobre as leis da física - Capítulo 1: Gravitação: um exemplo de lei física.
FEYNMAN, R. P. Sobre as leis da física. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2012. Tradução Marcel Novaes ; revisão técnica Nelson Studart.
_________________________________________________________________________________
Nos tempos do
Renascimento, os artistas diziam que a principal preocupação do
homem, deveria ser o próprio homem. Mas existem outras coisas
interessantes das quais de vez em quando é interessante se falar.
Observar a natureza e
conhecer a maneira com que os seus diversos mecanismos funcionam é
algo fundamental para um cientista. Por tal razão, ao observar a
natureza percebe-se, através de uma análise científica que ela
funciona com certos ritmos e padrões.
A estes damos o nome de
Leis.
Como um exemplo de lei
física, escolhe-se a teoria da gravitação, o fenômeno da
gravidade.
Através dessa palestra (aqui apresentada através de um texto adaptado),
o professor Feynman descreve a história desta teoria, bem como os
métodos aplicados, a maneira pela qual foi descoberta e suas qualidades. Por sua simplicidade e
elegância essa lei foi chamada de "a maior generalização
concebida pela mente humana".
O Que Diz a Lei da
Gravitação:
"Dois corpos
exercem, um sobre o outro, uma força que varia inversamente com o
quadrado da distância entre eles e diretamente com o produto de suas
massas."
F = G. (mm')/r²
Acrescentando que a força
é igual a alguma constante multiplicada pelo produto das duas
massas, dividida pelo quadrado da distância e acrescentando que um
corpo reage a uma força acelerando, ou mudando a sua velocidade por
uma quantidade inversamente proporcional à sua massa, então teremos
dito tudo sobre a lei da gravitação.
A história da descoberta
dessa lei, passa pela concepção do modelo copernicano que afirma
que o Sol é orbitado pelos planetas do sistema solar, incluindo a
Terra.
Daí surgem as novas
questões, que moverão a física e a astronomia dali em diante: Como
exatamente eles se movem? Com que órbita? O Sol de fato está no
centro dessa órbita ou existe uma outra curva que possa descrever
este movimento? Quão rápido andam? E como é natural na ciência,
as respostas à essas questões não foram respondidas rapidamente.
Tycho Brahe deu uma
contribuição muito importante para a obtenção de respostas:
Catalogou os dados referentes às suas observações do movimento dos
planetas no céu, pensando que seria uma maneira importante de
comparar diferentes teorias. Tycho contribuiu para a ciência
moderna, uma vez que ao observarmos seus dados podemos encontrar
pistas fundamentais para a explicação de muitos fenômenos.
Johannes Kepler fez o
“tratamento dos dados” e identificou as pistas, iniciando a
montagem do quebra-cabeças: As três leis de Kepler.
A primeira dessas leis, é
a chamada Lei das Órbitas – que diz que os planetas descrevem
órbitas elípticas, das quais o Sol ocupa um dos focos - e dessa lei
decorria uma pergunta fundamental: Ao girar ao longo dessas elipses,
qual a velocidade do planeta?
![]() |
Fig. 1: Representando graficamente uma elipse - pg.18 - Sobre as leis da física. |
Da pergunta anterior
decorre a segunda Lei, a chamada lei das áreas – que diz que em
períodos iguais, o raio vetor que liga o planeta ao Sol, varre áreas
iguais em tempos iguais – dai surge outra pista que nos indica que
se o planeta está mais distante do Sol e seu raio vetor varre uma
área igual no mesmo intervalo de tempo, logo este planeta tem
velocidade menor quando está a uma distância maior, visto que a
distância é função para a área varrida.
![]() |
Fig. 2: Representação das áreas varridas pelo raio vetor em períodos iguais - pg. 19 - Sobre as leis da física. |
Passado algum tempo
Kepler descobre a terceira lei, a chamada Lei dos Períodos, que tem
por fundamental característica relacionar os dados obtidos sobre
cada planeta. Logo notou que esses dados referentes aos raios das
órbitas e os períodos resultavam sempre em um valor constante. Essa
lei diz que o tempo que os planetas levam para percorrer suas órbitas
está ligado ao tamanho delas, na relação em que esses tempos
variam com a raiz quadrada do cubo de suas órbitas, sendo esse valor
dado pelo eixo maior da elipse.
Dando um passo adiante,
Galileu responde às questões relativas a mecânica e desenvolve a
sua lei da inércia, visto uma indagação necessária: O que faz os
planetas se moverem?
Da lei da inércia, que
diz que um corpo em movimento uniforme em linha reta permanece com
esse movimento se nada o fizer parar (ou seja, que nenhuma força
interfira nesse movimento a fim de acelerá-lo ou retardá-lo) surge
uma consideração feita por Issac Newton – E se o objeto não se
move em linha reta?
Dai
decorre a idéia de que como um corpo girando ao redor de outro
precisa de uma força, agindo sobre ele para que o mesmo não saia
pela reta tangente ao movimento. Mais uma pista encontrada pelo
caminho – há uma força envolvida nesse movimento planetário –
e deve ser ela a responsável por tal movimento! E essa força, deve
agir “para dentro” em relação ao movimento orbital, e Newton
confirma essa força e ela age na direção do Sol.
![]() |
Fig. 3: Representação do movimento de um planeta a redor do sol - pg. 21 Sobre as leis da física |
Cabe salientar, que não
descobriremos porquê os planetas tendem a andar sempre em linha
reta, isso não tem causa conhecida! Não descobrimos a razão pela
qual as coisas mantêm seu movimento para sempre. A lei da inércia
não tem origem conhecida!
Newton consegue
demonstrar que todas as variações da velocidade ocorrem
na direção do Sol, mesmo no caso da elipse. Sabendo que é uma
força a responsável pela variação no período dos planetas,
Newton percebe que essa força variava com o inverso do quadrado da
distância. Até esse ponto, Newton não faz nenhuma contribuição,
apenas reformula idéias propostas por Kepler.
Mas já nesta época,
haviam várias observações de Júpiter com seus satélites
orbitando ao seu redor. Da mesma maneira que a Lua orbitava a Terra.
Nesse dois casos, havia a atração dos satélites para o centro do
corpo de massa maior.
A grande sacada de Newton
foi a generalização! Passamos agora a dizer que todos os objetos se
atraem e assim dizer que a mesma força que causa a queda de corpos
para o centro da Terra é a mesma força que age sobre a Lua, a
atraindo.
A lei da gravitação foi
colocada em teste, o fenômeno das marés foi um deles. Depois os
testes ficaram mais sofisticados, de acordo com o grau de
desenvolvimento da ciência. Assim, Olaus Römer, confiante na lei da
gravitação de Newton fez a primeira de medida da velocidade da luz
ao observar as luas de Júpiter, demonstrando que ela não era
instântanea. Como a lei da gravitação contribuiu? Apenas
confirmando que os dados coletados nas observações das luas de
Júpiter estavam coerentes com o esperado teoricamente, mesmo havendo
a variação de oito minutos para mais e para menos na observação
em relação aos pontos da órbita (ai a explicação passa a ser
dada pela velocidade da luz, pois a lei estava correta!).
Outro teste, pois não!
Mas como esse movimento
poderia ser uma elipse, se descobrimos que todos os corpos exercem
atração em relação aos outros! As massas de Saturno, Júpiter e
Urano poderiam interferir nesse movimento, com os Movimentos de
Saturno e Júpiter estava tudo Ok! Mas com Urano não, John Couch
Adams e Urbain Leverreir fizeram cálculos de maneira independente e
quase ao mesmo tempo e propuseram que esta pertubação no movimento
de Urano deveria ser devido à um planeta.
Mesmo com a resistência
de alguns observatórios, eles propuseram que os telescópios fossem
apontados numa certa direção, e lá fora encontrado o planeta
Netuno!
Dai em diante, com as
regras da relatividade aplicadas as leis de Newton, resolve-se o
problema da órbita de Mercúrio e com os avanços da física e da
astronomia no século XX, descobre-se a validade da Lei da
Gravitação – ela vale em qualquer ponto do Universo, em sistemas
de estrelas duplas, aglomerados de estrelas, galáxias, aglomerados
de galáxias em nebulosas e tudo mais que envolva corpos!
Publicado por: Michel Pereira Campos Silva.
Olá Michel, muito bem resgatado esse texto.
ResponderExcluirApenas uma observação, quando se copia um texto na íntegra é necessário incluir a seguinte observação logo no início, antes mesmo de começar o texto:
Esse texto foi escrito por (nome dos autores) e foi copiado na íntegra de (incluir o link de onde foi copiado), acessado no dia tal e na hora tal.
Esse seria um procedimento correto. Podes modificar essas coisas ?
Abraços
Obrigado pelas considerações Lys.
ExcluirJá fiz uma alteração levando os dados do texto para a parte superior da página.
Abraços.