O limite do Sistema solar é até a órbita de Plutão? Ou até o
cinturão de Edgewoorth-Kuiper?
A NASA em 1977 enviou duas sondas no programa Voyager, estes
objetos inicialme nte iriam estudar os planetas Júpiter e Saturno, e seus
satélites, posteriormente o programa foi ampliado para as primeiras explorações
de Urano e Netuno. Após os principais objetivos atingidos, em 1990 iniciou-se
um novo programa chamado Missão Interestelar Voyager.
Seria a heliosfera? A sonda Voyager ultrapassou os limites
do Sistema Solar?
A Voyager 1 e Voyager 2 saíram da heliosfera em 2004 e
2007, respectivamente. A heliosfera é considerada por muitos a fronteira mais
externa do Sistema Solar, já que os instrumentos evidenciaram um
desaparecimento rápido e dramático de partículas de origem solar.
Em setembro de 2013, a NASA informou que em agosto de 2012 a
Voyager 1 apontou um salto no nível de raios cósmicos. Atualmente
Voyager encontra-se em uma região mista, de transição do espaço interestelar.
Ainda não sabemos quando ela chegará ao espaço interestelar totalmente livre da
influência da bolha solar.
Assim podemos considerar a heliosfera o limite do sistema
solar? Para responder isso regressamos ao ano de 1932, onde o astrônomo Ernst
Opik descreveu que cometas de período longo provinha de uma nuvem que envolvia
o Sol a uma distância muito grande.
Em 1950 cálculos orbitais rigorosos feitos por Jan Oort
indicaram a existência de uma "nuvem", orbitando em torno do Sol numa
região entre 30 000 e 100 000 UA.
As declarações de Oort referiam que:
1. não foi observado nenhum
cometa cuja órbita indique que este provenha do espaço interestelar;
2. os cometas de longo período
apresentam órbitas cujo afélio se situa a distâncias de cerca de 20 000 UA a 50
000 UA;
3. não existe uma direção
preferencial para a proveniência destes cometas.
Propunha assim, que este
material residiam numa vasta "concha" nos limites do Sistema Solar, à
qual se deu o nome de Nuvem
de Oort.
Fonte: wikipedea
Porém podemos calcular a
força de atração do Sol. Todos os corpos celestes estão atraídos entre si
gravitacionalmente, onde o corpo de massa maior atrai os corpos de massas
menores. De modo que os corpos de massa menor mais afastados desta massa maior
sentem-se menos atraídos, dizemos então que a atração gravitacional é
inversamente proporcional a distância, estamos falando da Lei
de atração gravitacional feita por Newton. No caso do sistema solar
este corpo de massa maior é o Sol (M1) e os planetas, satélites, cometas,
asteroides (M2) e todos os corpos que orbitam o Sol.
Do ponto de vista teórico,
a ação gravitacional do Sol estende-se até o infinito. Entretanto, nas proximidades
do Sistema Solar, há outras estrelas e estas, por sua vez, também exercem
atrações gravitacionais.
A 4,3 anos-luz do Sol encontra-se o sistema estelar Alpha Centauri,
constituído por três estrelas e cuja massa total é aproximadamente de 2 Massas
solares (Ms). Considerando-se apenas o Sol e o sistema em questão, na reta que
os une, podemos calcular as atrações gravitacionais, ou seja podemos determinar
a distância em que a força de atração de Alpha de Centauri seja maior que a
força de atração do Sol.
Considerando-se apenas o Sol e o sistema em questão, na reta
que os une, as atrações gravitacionais se igualam à distância de 1,8 anos-luz
do Sol. Isto significa que até 1,8 anos-luz e na direção de Alpha Centauri, a
atração gravitacional solar sobre algum corpo celeste predomina sobre a atração
gravitacional exercida pelo sistema Alpha Centauri. Para distâncias superiores,
a atração solar é sobrepujada.
Fonte: Varella, Oliveira. Astronomia do Sistema Solar.
Repetindo-se as
considerações anteriores tomando-se agora o sistema Sirius AB, com massa total
2,4 Ms e situado a 8,6 anos-luz do Sol, verificaremos que a ação gravitacional
do Sol predomina até 3,4 anos-luz de distância. Se levarmos em conta a ação
combinada de outras estrelas que se encontram a diferentes distâncias e em outras
direções, o problema torna-se muito mais complexo.
Portanto, pensando em limite e fronteira
do Sistema Solar podemos concluir que a heliosfera define a região de
predominância do vento solar, blindando o sistema planetário do vento
interestelar de modo semelhante que a magnetosfera terrestre blinda o vento
solar onde o confim da início a região interestelar. E temos como limite a
nuvem de Oort que permanece unida ao Sol pela gravidade, mesmo sendo permeada
pelo meio interestelar, ela segue o Sol em seu movimento pela Via Láctea.
Nota-se que a atração gravitacional do
Sol vai além da Nuvem de Oort mesmo não possuindo nenhum corpo até então ali
encontrado.
Referências
Pizazzio. E, O céu que nos envolve: Introdução à
astronomia para educadores e iniciantes. Odysseus, 2011.
Varella. I.G, Oliveira. P.D.C.F, Astronomia do Sistema
Solar.
Muito bom!!! Parabéns novamente Ludmila, seus textos são bastante explicativos e as temáticas muito bem escolhidas. Minha admiração. Abraços. :)
ResponderExcluirParabéns Ludi, muito bom! Então, se fizermos uma atividade de escala de distâncias do Sistema Solar com as crianças, assumindo 1 Unidade Astronômica igual a 1 metro, o Sol estaria a aprox. 40m de plutão, já o limite exterior de Opik Oort estaria a uns 100km.
ResponderExcluirOlá pessoal, obrigada. Sim João Paulo, podemos pegar como referência uma cidade a outra. Ótima Ideia, pois muitas escalas do sistema solar vai até a órbita de Plutão, então se fizermos uma com escala até a nuvem de Oort acabaria com as concepções errôneas de até onde se estende o sistema solar.
ResponderExcluirOi Ludmila. Gostei muito do post. Acho que as pessoas vão repensar esse questão do Sistema Solar terminar em Plutão.
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